Falta de energia em São Bento do Sapucaí fez a etapa noturna de sexta-feira ter um desafio extra aos participantes
Uma das melhores provas de todos os tempos do MG Club do Brasil. O Rally de Campos do Jordão, o 114º organizado pelo clube, terminou no sábado (29 de novembro) com equilíbrio entre carros nacionais e importados: vitórias do Puma GTE 1977 de Alexandre Loures Penna/Marcelo Ibarra Figallo (categoria Clássico), do Chevrolet Vectra GSi 1994 de Antônio Marcucci/Ana Cláudia Marcucci (APP) e do Ford Mustang Fastback 1969 de Fernando Leibel/Sandro Dib (Livre). Na Turismo, aberta a automóveis fabricados de 2000 em diante e sem disputa por troféus, Roberto Faísco/Vilma de Jesus Silva ficaram em primeiro lugar com um Ford Mustang Mach 1 2022.
O Rally de Campos do Jordão foi disputado em forma de minicampeonato, com três provas: Noturna (na sexta-feira, 28/11), Diurna 1 e Diurna 2 (sábado, 29/11). Os participantes fizeram percursos por vias públicas com médias horárias predeterminadas, perdendo um ponto por segundo de atraso ou adiantamento pelos pontos de aferição. Cada prova gerou um resultado que atribuiu pontos de 25 ao vencedor a 1 para o 15º colocado de cada categoria. A vitória no rally seria atribuída a quem somasse mais pontos nas três provas.
A prova noturna, com largada e chegada na Pousada do Quilombo, em São Bento do Sapucaí (o ponto central do Rally de Campos do Jordão), teve um componente inesperado: faltando menos de meia hora para a largada, toda a cidade foi afetada por falta de energia elétrica – a própria Pousada do Quilombo ficou às escuras. Mesmo assim, a largada aconteceu. A prova ficou muito mais difícil: o percurso era conhecido por alguns participantes, mas a escuridão total, quebrada apenas pelas luzes dos próprios automóveis, deixou as referências visuais muito diferentes. Por coincidência, a luz voltou no hotel logo depois da chegada dos últimos carros.
Apesar das previsões meteorológicas, as duas provas diurnas transcorreram sem chuva. Foram duas etapas: Pousada do Quilombo-Sítio do Picapau Amarelo (na cidade de Monteiro Lobato) e do Sítio ao Museu CARDE, em Campos do Jordão. O sistema de minicampeonato contribuiu para todas as categorias serem decididas na última prova (veja resultados abaixo) e teve o efeito desejado ao manter todos os competidores motivados do começo ao fim do rally. Após a visita, os participantes voltaram à Pousada do Quilombo para descanso e, à noite, jantar e entrega dos troféus.
Américo Nesti, presidente do MG Club do Brasil: “O Rally de Campos do Jordão foi muito bom. Com desafios, mas sem contratempos, o que fez a prova ser agradável e tranquila para todos. A confraternização faz parte dos nossos eventos e esteve presente neste, com alegria geral e ótimas conversas. Sempre procuramos incluir pontos de interesse histórico e cultural nos percursos, e neste ano tivemos dois: o Sítio do Picapau Amarelo e o Museu CARDE. O museu é um marco, tanto pelos automóveis do acervo quanto pelas obras de arte, fotos e vídeos históricos. Tudo de altíssimo nível. O MG Club do Brasil foi o primeiro a visitar o CARDE e ficamos muito agradecidos pela acolhida que tivemos”.
Manoel Cintra, diretor esportivo do MG Club do Brasil – “Foi uma edição sensacional. Muita gente nova, com 34 carros, um recorde desde que passamos a centralizar o rally na Pousada do Quilombo. A prova noturna acabou sendo surreal por causa da falta de energia elétrica. O formato de minicampeonato com três etapas deixou tudo mais competitivo e manteve todos os competidores com chances até a última prova. Também tivemos muitos estreantes, especialmente na Turismo. São pessoas que fizeram rally pela primeira vez e serão muito bem recebidas nos próximos eventos do MG Club do Brasil”.
Marcelo Ibarra, navegador vencedor da categoria Clássico: “A prova superou as expectativas. A noturna foi muito bem elaborada, com desafios que são pegos no detalhe. A etapa diurna teve um dia lindo, e junto com a paisagem do trajeto e a primeira parada ao sítio, foi deliciosa. E foi fechada com chave de ouro no museu CARDE. Lugar lindo, bem elaborado, que te dá vontade de ficar horas lá dentro. Nossa vitória foi feita com uma parceria que nos deixou focados e alinhados, só falávamos quando tínhamos que ficar atentos às referências e ao tempo de passagem por cada uma delas, buscando minimizar os ‘erros’ de diferença. A organização, os locais e a atenção que o MG Club do Brasil tem pelos participantes tornam esta prova única”.
Antônio Marcucci, vencedor da categoria App: “O Rally de Campos do Jordão é uma prova que não perdemos por nada. Tem o desafio de ter uma etapa noturna e o clima que o MG Club do Brasil proporciona, com a amizade e organização, não tem preço. Passamos o final de semana ao lado de amigos, cada um contando um pouco dos ‘causos’ de rallyes e carros clássicos. A apuração com três provas distintas foi uma ótima sacada da organização, pois equilibra os competidores se alguém for mal em uma delas. Geralmente vamos para as provas com Pumas, temos um GTS conversível e um GTB da década de 70. Desta vez resolvemos vir com um carro mais confortável da década de 1990. O Vectra se comportou bem, tem um motor com potência razoável para as retomadas e o ar condicionado ajudou no sábado, pois estava bem quente. A visita ao CARDE que foi de cair o queixo. Mas o principal para nós é o clima de amizade e alegria do evento!”.
Fernando Leibel, vencedor da categoria Livre – “Prova noturna é sempre um desafio. E este rali teve um componente extra: não fiz com meu navegador habitual (Adriano Braz) e sim com o Dib, que foi nosso instrutor no primeiro curso de rally que fizemos. O formato de minicampeonato é muito bom. As etapas diurnas foram bem desafiadoras, porque meu carro é muito potente e as médias foram baixas. Tive que fazer boa parte da prova em primeira marcha para manter as velocidades exigidas! E a visita ao Museu CARDE foi a cereja do bolo. Que museu maravilhoso!”
Legenda: Carros clássicos na Pousada do Quilombo antes da largada noturna
Foto: Guazzi Images