Por Járcio Baldi
Pecco Bagnaia fez o que deveria ter feito para manter o campeonato ainda ‘vivo’. Foi valente e não permitiu o avanço de Jorge Martin. No inicio da prova, em apenas três voltas, foram onze trocas de posições entre ambos. Bagnaia venceu dez vezes nessa temporada, mas Martin é que está mais próximo do título. “Eu sabia que tinha um ótimo ritmo, tenho que melhorar nas corridas de sábado”, referindo-se à quantidade de pontos perdidos nas “sprint races”. “A corrida aconteceu de acordo com as minhas previsões, eu sabia, antes da largada que, se estivesse na frente na terceira ou quarta volta eu poderia vencer. A luta com o Martin foi boa e agressiva, mas sem contato”, afirmou Pecco. “Martin estava mais forte na curva cinco, mas eu estava muito forte em todas as entradas para as curvas”. “E eu acho que para me atacar e ultrapassar, ele teve que passar do limite”. “Eu vi duas vezes que ele estava perdendo a frente novamente e a batalha estava muito no limite”, completou Bagnaia. O italiano também falou do respeito mútuo entre ambos. “Certamente o respeito é o principal e, do meu ponto de vista, sempre será. Não entendo por que precisamos ser inimigos fora da pista, não falar um com o outro ou ser rudes”, finalizou.
Martin acrescenta que esse respeito entre os dois vem do tempo em que foram companheiros de equipe na Moto3, há 10 anos. “Acho que nos conhecemos muito desde 2015”, observou o piloto da Pramac. “Éramos realmente bons amigos no passado, no entanto agora não temos mais esse relacionamento, mas somos bons um com o outro, nossas batalhas são limpas e mesmo que tenhamos sido tão agressivos, entre nós dois sempre, há esse respeito”. “Foi um bom show para os fãs”. “Quando Marc estava atrás, eu tive que seguir pressionando forte e quando vi que ele havia caído, pude gerenciar um pouco mais essa distância”, finalizou Martin. Lucca Marini disse que ambos lutaram tão intensamente no inicio porque sabiam que quem ficasse atrás teria problemas com o superaquecimento tanto de pneus como de motor. “Se você ficar uma volta inteira atrás de outra moto, é um desastre, e ambos sabiam disso e queriam estar na frente”, disse Marini. “A temperatura sobe muito, você sente o calor no seu corpo, no motor que fica menos potente, no pneu dianteiro perde a eficiência nas frenagens, e também a temperatura do pneu traseiro sobe”, afirmou.
Marc Marquez disse que preferiria um circuito diferente para sediar a rodada final do Campeonato Mundial de MotoGP de 2024 do que o Circuito de Barcelona. O piloto venceu apenas duas vezes naquele circuito, numa delas quando Dovizioso, Lorenzo, Rossi e Viñales caíram juntos na primeira curva. No entanto, nesse ano, Marc terminou em 3º, largando da 14ª posição no grid. “Claro, eu preferiria outro circuito, então vamos tentar fazer nossa parte”.”E, é claro, teremos condições complicadas sobre o clima, bem diferente do que encontramos em maio-junho desse ano, pois, em novembro nunca se sabe”, afirmou o eneacampeão que disputa o terceiro posto no campeonato com Enea Bastianini.
Após quatro anos afastado da MotoGP, Andrea Iannone voltou a pilotar uma moto da categoria nesse final de semana, substituindo Fabio Di Giannantonio, piloto da VR46. O italiano ficou assustado com a diferença das motos que ele pilotava em 2019 e as atuais. “A demanda física é muito maior”. “Foi muito cansativo, na quinta volta meus braços já estavam doendo e basicamente fiz a corrida toda em modo de sobrevivência”. “Ora era lento, ora melhorava o ritmo, e assim sucessivamente, o objetivo era terminar a corrida” disse. Após a prova Iannone admitiu que estava acabado fisicamente. “Eu acabei mais do que os pneus, meus braços, ombros, a parte superior do meu corpo está acabada” afirmou.
O brasileiro Diogo Moreira terminou em 10º na categoria Moto2 e na Moto3, David Alonso aumentou para treze o recorde de número de vitórias em uma temporada da categoria.
Legenda: Espetacular batalha entre Bagnaia #1 e Martin #89
Foto/ MotoGP