O Paraná é o estado que mais realizou consultas de pré-natal por gestante neste ano, segundo o Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc), do governo federal. Os dados mostram que 86,10% das grávidas paranaenses passaram por sete consultas ou mais pelo Sistema Único de Saúde (SUS). No ranking, na sequência, estão os estados de São Paulo (81,70%), Santa Catarina (81,70%), Rio Grande do Sul (81,40%), Minas Gerais (80,70%), Ceará (80,10%) e Pernambuco (76,30%).
O monitoramento do número de consultas de pré-natal é feito de forma contínua e está previsto no Plano Estadual de Saúde do Paraná, com o objetivo de garantir uma atenção às gestantes de qualidade e em tempo oportuno.
“A Política de Atenção Integral à Saúde da Mulher garante ações e assistência humanizada e qualificada, alcançando as mulheres em todos os ciclos de vida, resguardando as especificidades das diferentes faixas etárias e grupos populacionais”, diz o secretário estadual da Saúde, Beto Preto. “O Paraná possui ainda o diferencial da implantação e manutenção da Linha de Cuidado Materno Infantil, que foi lançada em 2022 e que atua em diversas frentes de atenção”, explica o secretário.
A Linha de Cuidado Materno Infantil é composta por um conjunto de ações para assegurar às gestantes o acesso, o acolhimento e a resolutividade, por meio de um modelo de atenção voltado ao pré-natal, parto e nascimento seguros. As ações garantem à criança o crescimento e desenvolvimento saudáveis nos seus dois primeiros anos de vida. A Linha de Cuidado também prevê estrutura de sistema logístico, que inclui transporte sanitário e regulação de leitos para as usuárias.
“Uma das diretrizes da Linha de Cuidado estabelece que todas as gestantes paranaenses devem realizar no mínimo sete consultas durante o pré-natal. A meta é maior do que a estabelecida pelo Ministério da Saúde, que recomenda no mínimo seis consultas”, afirmou a diretora de Atenção e Vigilância em Saúde da Sesa, Maria Goretti David Lopes.
As estratégias estão dispostas na Linha Guia Materno Infantil que está na 8ª edição e orienta sobre a organização das ações e serviços em saúde, com a finalidade de melhorar a assistência materno infantil.
Os indicadores apresentados pelo Paraná são resultado da implantação de princípios da Linha de Cuidado: captação precoce da gestante (até 12 semanas de gestação); estratificação de risco da gestação; acompanhamento no pré-natal, com no mínimo sete consultas e garantia de realização de exames e atendimento na Atenção Ambulatorial Especializada (AAE) para as gestantes de risco intermediário e alto risco; vinculação da gestante ao hospital de referência e atenção ao parto, conforme risco gestacional; atenção ao puerpério e atendimento ao recém-nascido; planejamento sexual e reprodutivo, e promoção à saúde.
Lançada em março de 2022, a Linha Guia Materno Infantil foi construída de forma ascendente e participativa, em consonância com o Planejamento Regional integrado (PRI) e a Planificação da Atenção à Saúde.
Somente no ano passado, a Sesa adquiriu 14 sistemas e equipamentos de ultrassom, dois conjuntos de endoscópicos, torre de laparoscopia e 20 computadores para os Núcleos de Vigilância Epidemiológica Hospitalar. Também houve repasse de recursos diretamente aos municípios para compra de ultrassons destinados à Atenção Primária à Saúde (APS) somando R$ 18,6 milhões.
Além disso, aumentou o repasse para parto de risco habitual (de R$ 200,00 para R$ 400,00 por parto), partos de risco intermediário (de R$ 320,00 para R$ 640,00 por parto) e partos de alto risco (de R$ 100 mil/mês para R$ 120 mil ou R$ 130 mil/mês para cada hospital). Anualmente, os repasses somavam cerca de R$ 7,6 milhões para estes serviços. Agora ultrapassam R$ 13,2 milhões – acréscimo de mais de R$ 5.591.560,00, ao seja, 82%.
Para qualificar ainda mais o serviço, o Estado também investiu na bolsa de pós-graduação de enfermagem obstétrica, ofertada pela Escola de Saúde Pública do Paraná (ESPP), passando de R$ 399,6 mil (10 bolsas) para R$ 492,7 mil, e especialização em enfermagem obstétrica, com previsão orçamentária de R$ 267,3 mil para 40 alunos, durante todo o curso. Ao todo, são mais de R$ 760 mil em especializações.
A Estratificação de Risco da Gestação e a Estratificação de Risco da Criança ao Nascer identifica fatores de risco durante a gestação e após o nascimento para que gestantes, puérperas e neonatos para que estejam no local certo, no tempo adequado, sendo atendidos pela equipe mais preparada, com acompanhamento contínuo da Atenção Primária à Saúde.
A estratificação de risco da gestação determina o local de realização do pré-natal, seja na APS para as gestantes de risco habitual ou de forma compartilhada com a Atenção Ambulatorial Especializada (AAE) para as aquelas de risco intermediário e alto risco. Do mesmo modo, a estratificação determina a referência para o nascimento, tratamento clínico ou situações de urgência e emergência.
Outro aspecto importante é a utilização da Carteira da Gestante em consonância com a Linha Guia e Cadernos de Atenção à Saúde (recém-nascido de risco, agente comunitário de saúde, aleitamento materno, primeiro ano de vida, pré-natal de risco habitual, pré-natal de alto risco e toxoplasmose) servindo como instrumento norteador das ações da Rede. É nela que são registrados os principais achados e condições da gestante durante o pré-natal, parto e puerpério.
Fonte: AENPR