Por Járcio Baldi
Na madrugada de sexta para sábado e do sábado para domingo acontecem as provas do Mundial de Motovelocidade na terra do sol nascente. Durante essa semana foi anunciada a demissão de Francesco Guidotti, o chefe da equipe oficial KTM, sendo substituído por Aki Ajo. O finlandês deixará sua posição atual como chefe de sua própria equipe, a Ajo Motorsport, presente nas categorias Moto2 e Moto3, para comandar os esforços da KTM na categoria principal. A noticia teve um impacto no paddock porque Guidotti, terá seu contrato encerrado um ano antes do previsto. O movimento faz parte de uma restruturação interna da fábrica austríaca que esperava ter tido um melhor desempenho durante a temporada de 2024.
Aki Ajo é o atual gerente pessoal de Jack Miller, que trabalhou com Guidotti na Ducati Pramac de 2018 a 2020 e também atualmente na KTM. O australiano afirmou que acha improvável que Guidotti tenha sido o responsável pelo fraco desempenho da KTM na luta pelo título. “Eu acho que isso é absolutamente besteira”, disse Miller. “Francesco é um líder de equipe fantástico em termos do que ele fez na Pramac, colocando-os na posição em que estão agora”. “E penso que, dadas as ferramentas certas, ele poderia ter feito o mesmo trabalho na KTM” finalizou. Outra mudança na categoria aconteceu com a contratação de Romano Albesiano pela Honda. Romano esteve à frente da Aprilia como Diretor Técnico da equipe italiana por onze temporadas, e uma carreira de vinte anos junto ao Grupo Piaggio. Acredita-se que Albesiano assinou com a Honda primeiro, levando a fábrica italiana a reagir e contratar Fabiano Sterlacchini que trabalhou na Ducati por dezessete anos, e estava com a KTM desde 2021.
Enea Bastianini ainda não jogou a toalha na luta pelo título do campeonato. “Matematicamente ainda não é impossível” disse o italiano. Por outro lado Marc Marquez admitiu que para ele, o título está fora de cogitação. Desde que venceu o GP de Aragon, Marquez disse que suas metas para a temporada de 2024 já haviam sido concluídas”. A luta está entre Pecco e Martin, porque no momento eles estão mais rápidos que os demais” disse o octacampeão.
Jorge Martin afirmou que a luta pelo título, na temporada passada, foi um pesadelo e que a pressão mental foi muito difícil de ser gerenciada, mesmo quando ele ganhava corridas. “Eu durmo muito melhor agora. A temporada passada foi muito difícil para eu administrar”, disse Martin. “Sinto que melhorei muito mentalmente, trabalhei muito durante esta temporada”. “Acho que dei um passo incrível, então estou curtindo bastante, estou tendo um prazer em pilotar”. E continuou: “A temporada passada foi o oposto disso, foi como um sonho ruim… um pesadelo, mas agora estou super feliz e estou orgulhoso de estar aqui” finalizou o espanhol.
Na temporada passada, faltando cinco etapas Martin estava com 18 pontos de desvantagem em relação a Pecco Bagnaia. Nesse ano a situação é inversa e o piloto tem uma vantagem de 23 pontos sobre o italiano. Bagnaia respondeu aos repórteres sobre essa situação de perseguir ao invés de ser perseguido. “Parece exatamente a mesma situação do final do ano passado, mas de lados opostos! Acho bom ter uma batalha com o Jorge novamente. Sempre tivemos batalhas justas, e limpas com um respeito mútuo entre nós”, disse.
O italiano afirmou que não vê essa batalha como uma revanche por parte de Martin, mas uma continuação da temporada passada. “Nós dois cometemos erros, mas Jorge foi mais constante se comparado a mim”. “Eu e a equipe devemos dar um pequeno passo em termos de desempenho porque perdemos algo nas últimas corridas, mesmo assim estou muito feliz por estar aqui e lutar até o fim com Jorge, que penso ser um piloto super forte”, finalizou Bagnaia.
No primeiro dia de treinos Brad Binder com uma nova moto ficou com o melhor tempo. As provas acontecem na madrugada de sábado e domingo, respectivamente às 3h e 2h da manhã com transmissão pela ESPN4.
Pedro Acosta no Japão
Foto/MotoGP