Por Járcio Baldi
Faltando quatro etapas para o final da temporada, o Mundial de Motovelocidade já tem seu primeiro campeão. David Alonso, da CFMOTO Gaviota Aspar Team sagrou-se campeão da categoria Moto3. O colombiano venceu no último domingo no Japão, tornando-se o primeiro campeão mundial de motociclismo daquele país. Foi um dia inesquecível para toda a equipe Aspar, após uma temporada incrível de Alonso, que conquistou sua 10ª vitória na temporada, igualando-se a Fausto Gresini, Marc Marquez e Joan Mir. Alonso tornando-se o piloto da categoria Moto3 com o maior número de vitórias até o momento: 14. O colombiano também poderá quebrar um recorde que dura 27 anos. É o de Valentino Rossi, que obteve onze vitórias numa única temporada na categoria (na época era a 125cc de dois tempos). Alonso é um pupilo de Marc Marquez, que de certa maneira orienta o jovem campeão, além de gastar algumas horas treinando com o colombiano. Marc se emocionou ao falar sobre o título do jovem talento.
Na categoria principal Pecco Bagnaia venceu e diminuiu a vantagem de Jorge Martin para apenas dez pontos. Com a vitória, Bagnaia alcançou sua oitava na temporada, igualando seu recorde pessoal quando foi campeão da categoria Moto2 em 2018. “Com Acosta em segundo, tive que forçar um pouco mais na primeira parte da corrida, acho que ele estava forçando muito para retomar a primeira colocação”- Acosta havia largado na pole. “Percebi que ele havia caído quando minha equipe informou que era Martin que estava atrás de mim”.
Jorge Martin, por sua vez, caiu no treino de classificação e largou da 11ª posição, tendo que realizar uma corrida de recuperação para chegar em segundo. “Para mim, não é como uma vitória, sou um piloto que quer lutar pela vitória sempre”.“Vindo de trás, foi difícil ultrapassar os demais, tive que usar um pouco mais de pneu do que Pecco”. Martin disse que, há dez voltas do final percebeu que Pecco estava tendo problemas na frenagem e então tentou aproximar-se novamente, mas faltando três para a bandeirada levou um susto, perdendo a frente da moto na curva 3, mas salvando com o cotovelo. “Após o susto disse a mim mesmo ‘Ok Jorge, é hora de diminuir e aceitar os 20 pontos”. “Quando você está mais próximo do que meio segundo, tudo se torna bem difícil com a moto”. “Me sinto confiante vindo da quarta fila para terminar em segundo, isso me dá uma boa confiança para o GP da Austrália, que é uma pista boa para mim”, disse o líder do campeonato.
Marc Marquez finalizou em terceiro, o que fez com que a Ducati ficasse com os três primeiros lugares no pódio pela vigésima vez, extendendo seu recorde sobre os demais fabricantes. Marc chegou 0,536s à frente de Enea Bastianini e por 0,036s não perdeu o pódio para o italiano. O piloto espanhol excedeu o limite da pista na última volta e a regra diz que, se um piloto estiver a menos de 0,5s à frente do oponente e exceder os limites da pista na volta derradeira deverá ceder sua posição.
Pedro Acosta caiu nas duas provas no GP do Japão, quando liderava no sábado e estava em segundo no domingo. Talvez um dos piores momentos da carreira do piloto. “Eu estava apenas tentando me preparar um pouco melhor para a reta principal porque estava tendo uma certa dificuldade em ficar mais perto de Pecco e tentar uma ultrapassagem”.”Foi um erro meu”. “É difícil aceitar a queda, mas vamos tentar novamente na Austrália porque estamos chegando cada vez mais perto da vitória”, disse o espanhol que tornou-se o terceiro piloto mais jovem a conquistar uma pole na categoria principal, ficando atras de Marc Marquez e Fabio Quartararo.
A próxima corrida acontece na Austrália daqui a duas semanas em Phillip Island.
Legenda: Bagnaia #1 diminuiu a vantagem de Martin
Foto/MotoGP