Por Járcio Baldi
Jorge Martin ganhou as duas provas do final de semana na Tailândia. O piloto espanhol venceu as quatro últimas provas rápidas que acontecem aos sábados. A diferença dele para o líder do campeonato agora é de apenas treze pontos, faltando três eventos e seis provas – Malásia, Catar e Valencia. Ao que tudo indica a decisão do título será levado para a última prova na Espanha. Há um ano, Martin foi ignorado para uma promoção à equipe de fábrica em favor de Enea Bastianini, agora existem rumores de que o piloto possa ir para equipe oficial já em 2024 e Bastianini iria para a Pramac, já que o piloto italiano teve uma temporada terrível com fraturas e longos períodos afastados das pistas. Talvez numa equipe com menos projeção o piloto poderia retomar sua confiança e obter novamente bons resultados. Ano passado, quando na equipe Gresini, o piloto foi o que mais obteve vitórias pela Ducati atrás apenas de Pecco Bagnaia. Em relação a Jorge Martin, Fonsi Nieto, técnico na equipe Pramac afirmou que fica feliz por um lado e triste por outro: “Atualmente, Jorge é o piloto que qualquer equipe oficial gostaria de ter” afirmou o ex-piloto da categoria 250cc. Martin por sua vez disse que já está sentindo a pressão. “Quando ganhei a corrida rápida no sábado, não tive tempo nem para desfrutar a vitória, já pensando na prova do domingo”. “Agora terei uma semana e meia para relaxar até o GP da Malásia, tirarei uns dias em Bali com os amigos para me reenergizar”, disse o vice-líder do campeonato.
Pecco Bagnaia cruzou a linha de chegada em terceiro, mas com a penalização de Brad Binder (KTM) por ter passado sobre a linha verde na última volta, o líder do campeonato ganhou o segundo posto do sul-africano, perdendo apenas cinco pontos para Martin. A chegada do último domingo foi a quarta mais acirrada da história da MotoGP: 0,253s. O resultado mais próximo da história da categoria rainha, foi em Phillip Island no ano de 1999, onde apenas 0,124s separaram Tadayuki Okada, Max Biaggi e Regis Laconi. O segundo lugar na lista está o lendário GP de Portugal de 2006, no Estoril, quando Toni Elias ultrapassou Valentino Rossi na linha de chegada e Kenny Roberts Jr ficou em terceiro, com uma diferença de 0,176s. E a terceira chegada mais eletrizante foi também na Austrália em 2022, quando apenas 0,224s separaram Alex Rins, Marc Márquez e Pecco Bagnaia.
A equipe oficial da Ducati cogita a possibilidade de contratar o “coach” da equipe Gresini, o ex-campeão da categoria 125cc Manuel Poggiali. O seu trabalho foi notado por Gigi Dall’Igna, que pretende oferecer-lhe um passo em frente, para trabalhar com os pilotos de fábrica da Ducati. Maverick Viñales, abandonou a prova faltando apenas três voltas para o final. O relato feito pelo piloto foi de que o calor gerado pela sua Aprilia RS-GP praticamente o impedia de respirar assim como começou a ter visão dupla. “A corrida não estava ruim, mas a certo ponto comecei a perder a clareza mental por causa do calor, principalmente na reta, quando abaixava atrás da carenagem na moto”. “A sensação de calor foi impressionante”, disse Viñales. Seu companheiro de equipe, Aleix Espargaró, também reclamou do problema. “Eu não conseguia respirar. Foi a corrida mais difícil da minha vida”, disse Espargaró. “Nas últimas três voltas até comecei a entrar em pânico, porque tentei respirar e não consegui”, e continuou: “Todo o calor da moto – o motor, o chassi, tudo, vai para os pulmões e quase que impedindo-nos de respirar. Raul Fernandes, da equipe RNF Aprilia disse que apenas não abandonou por consideração à equipe. Para piorar a situação pelos lados da Aprilia, Espargaró foi punido em três segundos, caindo do quinto para o oitavo lugar por estar com a calibragem dos pneus abaixo do limite permitido. O piloto espanhol já havia sido notificado anteriormente.
Marc Marquez foi liberado pela Honda para testar a Ducati após a etapa de Valencia, nos testes anterior às férias. “É uma ótima notícia, é muito importante para um piloto”. “Sair de férias sem experimentar uma moto é um pesadelo. Agradeço à Honda por essa oportunidade”, disse o octacampeão. A única vaga em aberto para a próxima temporada é a do próprio Marquez na HRC e as chances estão entre Di Gianantonnio (Gresini) e agora também Luca Marini (MooneyVR46). A Honda quer um piloto experiente e descarta qualquer possibilidade vinda da Moto2.
Foto: MotoGP