O Instituto Água e Terra (IAT) está na edição mais recente do livro anual da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre mudanças climáticas, publicado na quarta-feira (29). O órgão ambiental do Paraná aparece na página 66 do anuário com o case Floresta Estadual Metropolitana, Unidade de Conservação (UC) localizada em Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba, cuja gestão é compartilhada entre o IAT e indígenas das etnias Caingangue, Guarani Ñandeva, Guarani Mbya, Avá- Guarani e Tukano, moradores do local, representados pelo Instituto e Centro de Formação Etno Bio Diverso Ângelo Kretã.
O Termo de Cooperação foi assinado em 2022 e busca compartilhar as responsabilidades de gestão da UC no que diz respeito ao uso público do local, dando oportunidade à disseminação da educação ambiental sob a perspectiva dos saberes dos povos originários da terra. Além disso, visa a preservação local, com proteção do espaço contra invasores, caçadores e queimadas; o reflorestamento com árvores nativas; a conservação e restauração do bioma da Mata Atlântica; e a recepção a turistas que desejam visitar o espaço.
Para o diretor do Patrimônio Natural do IAT, Rafael Andreguetto, esse é mais um reconhecimento à política ambiental implementado pelo Governo do Estado a partir de 2019, baseado no desenvolvimento social, econômico e sustentável. “Um trabalho como esse representa a consolidação e o reconhecimento da política ambiental do Estado do Paraná, que busca cada vez mais um desenvolvimento sustentável, privilegiando a conservação e a proteção ambiental, o desenvolvimento econômico e também todas as questões socioculturais e socioambientais necessárias”, destaca.
O diretor lembra que associativismo chamou a atenção da comunidade internacional há alguns anos. O projeto, diz ele, foi destaque em eventos relacionados ao meio ambiente, como Adaptation Future, em Montreal, no Canadá. “É um orgulho para o IAT, para o Paraná e para o Brasil”, diz Andreguetto.
Ao todo, são 35 indígenas em 11 famílias que ocupam e fazem o manejo da UC por meio do Termo de Cooperação. Pelo acordo, o IAT fica responsável pelas reformas e manutenção estruturais, delimitações de áreas que não devem ser acessadas por visitantes e o envio de mudas para o replantio. A permanência dos povos originários no local atende ao acordo estabelecido no Sistema Nacional de Unidade de Conservação (SNUC), sobre abrigar populações tradicionais.
Outros dois programas estaduais ganharão destaque internacional nesta semana a partir da entrada do Paraná na Regions4, coalizão internacional formada por governos regionais (estados, regiões, províncias e organizações) para buscar soluções voltadas às mudanças climáticas, biodiversidade e desenvolvimento sustentável.
O Poliniza Paraná e o ICMS Ecológico serão apresentados durante a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2023 (COP 28), evento que começou nesta quinta-feira (30) e vai até 12 de dezembro., em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.
O Poliniza Paraná consiste na construção de jardins para criação de abelhas sem ferrão em parques urbanos e Unidades de Conservação. O programa busca a preservação da biodiversidade local, pois as abelhas são responsáveis pela polinização de aproximadamente 90% das espécies vegetais da Mata Atlântica, principal bioma do Paraná.
Já o ICMS Ecológico, criado em 1991 no Paraná, tem o objetivo de repassar recursos financeiros aos municípios que possuem Unidades de Conservação e ou mananciais que abastecem cidades vizinhas, estimulando o incremento da área protegida e a melhora na gestão do patrimônio natural no Paraná. Os recursos servem para promover a conservação e a melhoria da qualidade ambiental dessas áreas.
Fonte: AENPR