Por Járcio Baldi
Neste domingo, em Valência na Espanha, teremos a coroação do campeão de 2023 na categoria MotoGP: Pecco Bagnaia ou Jorge Martin. A vantagem é de Bagnaia, mas Martin quer vencer pelo menos a prova e mostrar que se não fosse o episódio do pneu traseiro de sua moto no Catar a história seria outra. O brasileiro Alex Barros está entre os pilotos que conquistaram a coroa no circuito Ricardo Tormo com uma Honda em 2002, e o piloto com maior número de vitórias ali é Dani Pedrosa, com sete vitórias sendo quatro na categoria rainha. Os treinos classificatórios serão muito importantes e para uma boa prova em Valencia, pois apenas quatro ocasiões a prova foi vencida por pilotos posicionados fora da primeira fila no grid, como a vitória de Alex Rins ano passado, com uma Suzuki, largando em quinto. No ano de 2006, Valentino Rossi chegou na última etapa em Valência com uma vantagem sobre Nick Hayden de oito pontos. Logo na primeira volta o piloto italiano caiu; voltou à pista mas chegou em 13º deixando o título para o norte americano Nick Hayden que chegou em 3º na prova.
A vantagem de Bagnaia de 21 pontos lhe dá a chance de ser campeão já na “Sprint Race” de sábado, mas não será uma tarefa fácil. Martin procurou estar sempre próximo a Pecco no treinos na tentativa de pressionar o italiano, e parece que começou bem, já que Pecco ficou fora dos dez primeiros e terá que ficar no topo do treino classificatório (Q2) para seguir ao (Q1) e disputar a primeira fila. Martin afirmou que procurou estar próximo ao italiano para entender seus pontos fortes e não para intimidá-lo psicologicamente. “Acho importante estar perto do meu rival, tentar entender onde ele é rápido, e assim ver onde nós podemos melhorar”. “Mas é claro que precisamos colocar alguma pressão em alguns aspectos e acho que esse foi o caminho”. ” Não é o que eu quero fazer, mas às vezes você precisa fazer coisas difíceis…” ,disse Martin, que foi multado em quinhentos Euros durante os treinos de largada por chegar na área de treinos para largada e posicionar-se na frente dos pilotos que já está esperando para se lançarem à largada”.
Pecco Bagnaia finalizou os treinos na 15ª posição e terá que lutar para ficar entre os dois primeiros do Q1 para tentar a pole. Quando perguntado sobre o posicionamento de Martin nos treinos ele disse que seria mais interessante ele preocupar-se consigo mesmo, e finalizou a entrevista sorridente dizendo: ”Foi engraçado”. Maverick Viñales foi o mais rápido seguido pelas duas motos da Pramac-Ducati, de Martin e Zarco. As duas Ducati oficiais disputarão o Q1 já que Bastianini ficou com o 11º tempo.
O bem sucedido chefe de equipe, que levou a Suzuki ao título Mundial em 2020, e que atualmente está na equipe Alpine de Formula 1, Davide Brivio, está sendo cotado para substituir Alberto Puig na HRC-Honda no próximo ano. Caso a transação se concretize, Brivio reencontrará o piloto Joan Mir, que foi campeão com ele na Suzuki e Luca Marini, irmão de Valentino Rossi. Davide ficou famoso trabalhando com o eneacampeão em seus anos de glória. Aliás, Rossi estará em Valência para finalizar a contratação do substituto de seu irmão na equipe VR46. Os mais fortes nomes são: o espanhol Aldeguer e o italiano Fabio Di Giannantonio. Aldeguer deixou de ser a prioridade pois, apesar de jovem e talentoso, o dono da sua equipe da Moto2 pediu milhões para liberá-lo e após os últimos resultados de Di Giannantonio, o piloto italiano voltou a interessar à equipe. Outro obstáculo para a VR46 ter Aldeguer é que o todo poderoso da Ducati, Gigi Dall’Igna, quer o jovem piloto em sua equipe e está tentando segurá-lo para a Pramac no biênio 25/26. Como existem rumores de que a VR46 se unirá à Yamaha em 2026, Gigi não quer perder o talentoso piloto para a rival Yamaha.
O novo piloto da VR46 deverá estar ao lado de Marco Bezzecchi para os testes oficiais da terça feira após a prova final. O diretor da equipe Alessio Salucci disse ao repórter da Dorna que a negativa em ter Di Giannantonio anteriormente, era porque o projeto da equipe é para pilotos um pouco mais jovens, mas o desempenho do italiano nas últimas provas foi incrível e que as negociações estão em andamento. Salucci também foi questionado sobre o ressurgimento de rumores de que a VR46 mudaria para motos Yamaha em 2025. “Falo sempre com todos – Yamaha, KTM e também Ducati, onde temos opção para 2025 e 2026. “Agora é um pouco cedo, e decidiremos isso em meados do próximo ano”, finalizou. As provas da MotoGP acontecem às 11h do sábado (corrida rápida) e domingo (prova normal com transmissão pela ESPN4.
Foto/ MotoGP