Por Járcio Baldi
Enea Bastianini disputava a liderança com Jorge Martin à sua frente, na curva 4 viu um espaço e lançou sua Ducati oficial por dentro. Martin estava começando a fazer a curva quando o italiano apareceu ao seu lado, acontecendo um leve contato entre ambos. Jorge levou a pior, pois foi forçado para fora da pista, enquanto Bastianini conquistou sua segunda vitória da temporada. O espanhol estava furioso ao cruzar a linha de chegada, enviando um gesto obsceno na direção do italiano que comemorava à sua frente. No entanto depois de se acalmar, arrependeu-se do gesto e pediu desculpas a Enea, que conquistou a 100ª vitória para a fábrica italiana na categoria principal. Assim terminou o segundo GP de Misano, mas essa ultrapassagem gerou muita discussão entre penalização ou não ao italiano.
No momento de falar com a mídia, Martin e Bastianini tiveram opiniões diferentes sobre o incidente: “Acho que não havia espaço para fazer essa ultrapassagem”, argumentou Martin. “Não faz muito sentido continuar falando sobre isso porque não mudaria nada. Mas com certeza acho que eu merecia essa vitória. Pelo menos se ele fez um movimento, que o faça de maneira limpa e não tocando o outro piloto” disse o espanhol. Já Bastianini rebateu: “Sim, estava um pouco no limite, mas no final foi a única escolha, porque sem essa possibilidade era impossível ultrapassar Jorge, acho que foi um movimento legal e era a única possibilidade que eu tinha”. Pecco Bagnaia caiu quando ocupava a terceira posição, e deixou Martin abrir uma vantagem de 24 pontos no campeonato. Bastianini ultrapassou Marc Marquez e ocupa a terceira posição no campeonato.
Bagnaia teve um desempenho muito estranho durante a prova, sendo bastante rápido no inicio, liderando a prova nas quatro primeiras voltas, mas caindo de rendimento e voltando a andar rápido após quinze giros. Pecco era o único piloto em pista girando na casa de um minuto e trinta segundos. No entanto, estava tendo problemas com o pneu dianteiro e ficou estarrecido ao cair na volta 21, dizendo que havia freado 18-20m antes de sua melhor volta e a moto ainda estava em pé quando a frente travou levando-o ao chão. “É impossível perder a frente dessa maneira em condições de asfalto seco. Tudo foi muito estranho hoje, mas aconteceu conosco duas vezes nos últimos três Grandes Prêmios”, disse Bagnaia.
Piero Taramasso, chefe da Michelin na MotoGP, comentou ser muito estranho o desempenho do piloto da Ducati durante a prova. “Pecco foi o único piloto a marcar várias voltas abaixo de 1’31, o que é notável. Não é muito comum ver um bom desempenho no começo, e então um ‘buraco’, e novamente um bom desempenho”, disse. E continuou: “No momento, estamos esperando para analisar os dados para entender o que aconteceu, é bastante estranho, porque ele teve uma largada muito boa, liderou a corrida, e então por cinco ou seis voltas, ele foi dois ou três décimos mais lento, recuperando-se novamente na 12ª volta fazendo o melhor tempo da corrida logo em seguida” disse Taramasso. A Michelin disse que analisará os dados da moto de Pecco para avaliar o que aconteceu
Quem fez uma grande prova foi Fabio Quartararo, com sua Yamaha. O francês ocupava a quinta posição até duas curvas da linha de chegada quando ficou sem combustível conseguindo cruzar a linha em sétimo. “Já na penúltima curva, não tinha mais combustível. Tentei fazer o que pude, mesmo assim estou super feliz com corrida de hoje. Este é, de longe, um dos melhores GPs que tivemos este ano”, disse. A Yamaha que terá um motor V4 como seus concorrentes tem dado amostras de que está evoluindo rapidamente, ao contrário da Honda que ainda não encontrou um caminho ideal.
Na Moto2 o brasileiro Diogo Moreira não participou da etapa por problemas de saúde. O piloto, que teve vômitos e com suspeita de apendicite foi levado ao hospital da região. A próxima etapa acontece ja nesse próximo final de semana na Indonesia.
Legenda: Bastianini comemora a 100ª vitoria da Ducati na MotoGP
Foto/MotoGP