O ensino superior do Paraná foi reconhecido nesta semana entre os mais sustentáveis do mundo em dois rankings internacionais. Os resultados do UI GreenMetric World University Ranking 2023 e do QS Sustainability University Ranking 2024 destacam a Universidade Estadual de Maringá (UEM) em primeiro lugar no Estado no desenvolvimento de ações para a sustentabilidade ambiental e pesquisas relacionadas ao tema. Os rankings também destacam as universidades estaduais do Norte do Paraná (UENP) e de Londrina (UEL), respectivamente.
Promovido pela Universidade da Indonésia (UI), o GreenMetric 2023 foi divulgado na 28ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP28), que acontece até esta terça-feira (12), em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Essa avaliação universitária considera 39 indicadores e seis critérios: ambiente e infraestrutura, energia e mudanças climáticas, resíduos, água, transporte e educação.
A UEM e a UENP figuram em 16º e 30º lugar nacional do ranking entre 43 universidades do Brasil avaliadas. No mundo, as duas estaduais paranaenses estão nas posições 499 e 762, entre 1.183 instituições de 85 países.
A Quacquarelli Symonds (QS), consultoria britânica especializada em análises universitárias mundiais, é a responsável pelo QS Sustainability 2024. Esse levantamento avalia o desempenho institucional em três grupos de indicadores: impacto ambiental, impacto social e governança. Os critérios consideram empregabilidade de estudantes, igualdade social e de gênero, transferência de conhecimento, inserção de temas sobre sustentabilidade no ensino, comprometimento ambiental da instituição e pesquisas no campo da sustentabilidade.
Nessa classificação, que está na segunda edição, o Paraná é segundo estado com o ensino superior mais sustentável do Brasil, atrás somente de São Paulo e empatado com Minas Gerais. A UEM e a UEL aparecem em 13º e 17º lugar nacional das 34 universidades brasileiras avaliadas. Na América Latina, as instituições figuram como 36ª e 43ª mais bem avaliadas entre 101 universidades. No mundo, as duas instituições ligadas ao Governo do Paraná estão nas faixas 801-820 e 961-980 num grupo de 1.403 universidades.
Entre 2020 e 2023, pesquisadores da UEM publicaram 2.520 artigos científicos relacionados à sustentabilidade, resultado que contribui diretamente para elevar a vantagem da estadual paranaense perante outras universidades públicas e privadas de todo o Brasil.
O reitor da UEM, professor Leandro Vanalli, destaca o papel das universidades na promoção da sustentabilidade. “A conscientização sobre a importância da sustentabilidade no meio acadêmico é essencial, pois quando as pessoas compreendem a importância de proteger o meio ambiente se tornam mais propensas às mudanças de comportamento”, afirma. “Esse reconhecimento nos rankings internacionais reflete o compromisso institucional da UEM com medidas e práticas de sustentabilidade que contribuem para a preservação ambiental e para um futuro mais sustentável para todos”.
As universidades estaduais do Paraná desenvolvem uma série de iniciativas no campo da sustentabilidade que contribuem para os resultados alcançados nos rankings internacionais. As instituições contam com programas para a redução da emissão dos gases de efeito estufa, a partir da produção de energia renovável, do tratamento de resíduos orgânicos, da coleta seletiva e do incentivo à utilização de meios de transporte não poluentes.
Na UEM, os 70 cursos de graduação incluem sustentabilidade nos conteúdos de ensino, sendo Engenharia Ambiental e Tecnologia em Meio Ambiente específicos da área, além de um curso de mestrado no Programa de Pós-Graduação em Sustentabilidade. A instituição também incentiva a gestão de resíduos, separação de materiais recicláveis, descarte correto de pilhas e baterias, tratamento de materiais orgânicos e destinação correta de produtos químicos.
O programa UEM Recicla promove orientação para cidadãos e comunidade universitária sobre responsabilidade ambiental, como separação de resíduos, substituição de copos descartáveis e economia de papel em atividades administrativas. Atualmente, 95% das instalações do câmpus-sede são equipadas com lâmpadas eficientes e as máquinas de ar-condicionado estão sendo substituídas pelo tipo inverter, uma tecnologia que reduz o consumo energético.
A UENP conta com uma assessoria de gestão de políticas de sustentabilidade vinculada à Pró-Reitoria de Planejamento e Avaliação. Um dos projetos, denominado UENP Sustentável, atua para reduzir o impacto ambiental e preservar os recursos naturais. Entre as ações propostas, estão o fim do uso de copos descartáveis e coleta seletiva solidária, que destina material coletado nos campus para cooperativas e associações de catadores de resíduos recicláveis.
Entre 2019 e 2020, a UEL e a UEM foram as primeiras universidades da rede estadual a implantar usinas fotovoltaicas nos câmpus universitários. Juntas, as duas instituições somam uma estrutura de 2.460 módulos de placas solares instalados em uma área de 4,8 mil metros quadrados.
Na UEL, o sistema de captação de incidência solar assegura uma produção de 489,6 megawatt-hora, com capacidade para gerar energia suficiente para manter aproximadamente 250 residências médias pelo período de um ano.
Na UEM, o sistema representa até 10% do consumo anual do câmpus-sede, o que equivale a uma economia de R$ 200 mil. Essa produção poderia abastecer cerca de 300 residências com consumo médio de 200 quilowatt-hora por mês, ao longo de 12 meses. Essa energia gerada pelos painéis solares é distribuída e consumida entre nove blocos acadêmicos.
Fonte: AENPR